Sistema Cardiovascular Endocardite

A endocardite infecciosa é uma condição rara na qual uma ou mais válvulas cardíacas se tornam infectadas. As válvulas ajudam o sangue a circular por dentro do coração e para as artérias pulmonar e aorta; e se abrem e se fecham com o objetivo de permitir o fluxo de sangue em apenas um sentido.

É uma doença grave e de difícil diagnóstico. Pessoas com problemas congênitos cardíacos e valvares ou adquiridos (febre reumática) e outras doenças como cirrose, alcoolismo e usuários de drogas são aqueles que possuem mais riscos de ter a doença. Quem tem uma prótese cardíaca artificial ou endocardite prévia tem maior risco de nova infecção.

Endocardite. Válvula Mitral fechada e aberta e Válvla aórtica aberta e fechada

Quanto aos sintomas, podem ocorrer febre, calafrios, suor noturno, fraqueza, perda de apetite e perda de peso e insuficiência cardíaca. Como os sintomas são vagos e inespecíficos é difícil fazer o diagnóstico precoce e em geral este é feito depois de várias semanas.

As causas mais comuns de endocardite estão relacionadas a atividades prosaicas rotineiras, como uso de fio dental, uso de palito de dentes e até mesmo a mastigação, quando as bactérias que vivem na boca e na orofaringe se espalham pela corrente sanguínea, chegando ás válvulas cardíacas. Tratamentos dentários também podem ser responsáveis por causar endocardite. Outras infecções por bactérias, como furúnculos, podem dar origem à entrada de bactérias na circulação e desencadearem endocardite. Os pacientes de maior risco devem fazer a profilaxia (prevenção) com antibióticos durante o procedimento, quando indicado pelo médico.

A endocardite deve ser tratada com antibióticos. Hoje em dia a maior parte dos pacientes se recupera somente com o tratamento com antibióticos prolongado (6 semanas). Quando as válvulas ficam muito danificadas pela infecção a cirurgia de válvula pode ser necessária.

Intervenção-Procedimento

Quando há necessidade de cirurgia, o procedimento para a endocardite é a cirurgia de válvulas. Em alguns casos pode-se realizar plástica da válvula, e quando a doença está mais avançada a substituição da válvula por uma prótese é indicada.

Existem vários tipo de próteses disponíveis. As mais utilizadas no nosso meio são as próteses metálicas e biológicas.

As biológicas são confeccionadas de tecido animal (porco ou boi) tratado. Estas tem como vantagem potencial a não obrigatoriedade do uso de medicamentos anticoagulantes, porém tem durabilidade limitada.

As próteses metálicas são feitas de uma liga de carbono, apresentam grande durabilidade com muito pouco problema estrutural mas há necessidade do uso de remédio anticoagulantes por toda a vida. Estes medicamentos são tomados na forma de comprimido e afinam o sangue, impedindo a formação de coágulo nas válvulas.

Nos dois tipos de prótese a prevenção da endocardite (infecção das válvulas) com antibiótico deve ser feita antes de cada procedimento que leve à potencial entrada de bactérias no sangue (ex. procedimentos dentários ou urinários).

Protese Biológica e Protese Metálica

Prevenção

É importante uma boa higiene oral e visita ao dentista pelo menos uma vez por ano. Dependendo dos procedimentos tratamento antibiótico pode ser recomendado.

Já para pacientes com válvulas cardíacas artificiais ou outro fator de risco o uso de antibióticos é recomendado nos seguintes procedimentos:
– procedimentos dentários que causem sangramento como remoção de tártaro, extração, cirurgia periodontal, implantes e tratamento de canal;
– retirada de amídalas ou adenóides;
– broncoscopia com broncoscópio rígido;
– escleroterapia de varizes de esôfago;
– dilatação esofágica;
– cistoscopia (cateterismo uretral) e dilatação de uretra;
– cirurgia da próstata e biópsia do trato urinário;
– litotripsia;
– instrumentação ureteral;
– parto vaginal complicado por infecção.

O antibiótico a ser usado em cada caso e a dosagem deve ser indicado pelo médico.


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