Sistema Cardiovascular Claudicação

Claudicação é um termo utilizado para definir dor, cansaço ou sensação de fraqueza nas pernas que ocorre durante o exercício (caminhadas). Os sintomas começam após uma distância específica, melhoram com alguns minutos de repouso e, após, o paciente consegue percorrer a mesma distância anterior até ter que parar novamente.

Ocorre mais frequentemente nas pernas mas também pode ocorrer nos braços. Os sintomas se devem à obstrução das artérias que levam sangue para as pernas (artérias ilíacas). Este processo se deve à aterosclerose, que é o processo de envelhecimento das artérias, onde, com o passar do tempo, vai havendo a formação de placas de ateroma (gordura) no seu interior. Com estas placas o vaso vai reduzindo seu diâmetro interno, ocasionando dificuldade para a passagem de sangue.

Figura 1. Artéria ilíaca com placa de ateroma

Normalmente as artérias levam sangue rico em oxigênio até os músculos. Quando estas se tornam obstruídas o fluxo de sangue aos músculos se reduz. Ao exercício os músculos necessitam de mais sangue e, como os vasos estão comprometidos, ocorre a isquemia (redução do fluxo do sanque) ocasionando dor. Em casos mais graves a dor pode ocorrer em repouso.

O diagnóstico geralmente é feito através do simples exame físico do paciente onde se detecta, através da palpação, diminuição ou ausência de pulsos arteriais em membros inferiores. Medida de pressão comparando braço com perna pode ser útil. Exames complementares como ecodoppler, angiotomografia ou ateriografia, em geral, só são necessários quando se pretende intervir e servem mais como planejamento do procedimento. O diagnóstico é clínico.

O tratamento inicialmente é clínico e os procedimentos devem ser reservados aos pacientes com claudicação muito limitante (poucos metros), que atrapalhe a qualidade de vida e que não responderam ao tratamento inicial. A grande maioria dos casos melhora muito com modificações do estilo de vida principalmente com exercício e medicação.

Intervenção-Procedimento

Em alguns casos pode ser necessária intervenção e existem duas formas possíveis: angioplastia ou cirurgia.

Na angioplastia um balão é colocado dentro do vaso e o estritamento dilatado, e pode ou não ser associado a um “stent”.

Figura 2. Angioplastia e stent no interior de uma artéria

Na cirurgia é realizada uma ponte (safena ou prótese). Este é um tipo de cirurgia na qual se faz uma ponte por cima do local com estreitamento ou obstruído, melhorando o fluxo sanguíneo e de oxigênio.

Figura 3. Ponte de safena na perna

Tratamento

O exercício físico é o tratamento inicial e o mais importante. Deve ser individualizado para cada caso. As caminhadas devem ser feitas até o momento da dor. Quando tiver dor o paciente deve parar por alguns minutos e caminhar de novo até recomeçarem os sintomas. Quanto mais vezes repetir melhor. A melhora se dá lentamente (de 3 a 6 meses). Com o tempo o exercício ajuda a desenvolver mais vasos sanguíneos (circulação colateral), melhorando os sintomas e a distância de claudicação.

Mas também alguns medicamentos são importantes coadjuvantes ao exercício físico para ajudar a melhorar a distância da claudicação e podem ser usados em casos específicos após avaliação médica. Medidas que podem ser tomadas para manter os vasos saudáveis:
– evitar o fumo;
– exercício físico regular;
– tratar o diabetes;
– tratar a pressão alta;
– manter o colestero baixo;
– dieta saudável-pobre em gorduras saturadas e calorias;
– manter o peso ideal.

Notas de apoio

Ecodoppler:Exame que utiliza ultra-som e efeito doppler para verificar o fluxo de sangue nos vasos, ajudando na identificação de problemas nas válvulas e medidas de pressão. Clique aqui para ir até a página do Ecocardiograma e saber mais sobre este assunto.

Angiotomografia:Exame que utiliza RX e computador para registrar imagens detalhadas das artérias. Clique aqui para ir até a página da Angiotomografia e saber mais sobre este assunto.

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