Sistema Cardiovascular Cuidados e Prevenções

Algumas atitudes e cuidados especiais podem prevenir ou retardar o aparecimento de doenças cardiovasculares.

Exercício físico

Atividade física é qualquer atividade que envolva movimento. Pode variar desde esportes como futebol, tênis, natação, passando por caminhadas, até atividades simples manuais. Pode ser feita no trabalho, como lazer, em casa ou até servir como transporte.

O exercício físico é extremamente importante para prevenir doenças cardiovasculares por uma série de razões:

– Favorece o bem estar físico e mental;
– Reduz a pressão arterial (hipertensão);
– Ajuda a controlar e prevenir o diabete tipo 2;
– Ajuda a manter o peso controlado e a evitar a obesidade;
– Reduz o stress.

Para que haja um maior benefício do exercício ele deve ter uma duração e regularidade mínima. Este pode ser atingido com uma atividade física incorporada aos hábitos de vida. O exercício aeróbico ou outra atividade que aumente a frequência cardíaca é o indicado. O mínimo é 30 minutos de caminhada, cinco vezes por semana. Em pessoas não condicionadas este objetivo deve ser alcançado de maneira lenta e progressiva. O importante é escolher uma atividade que dê prazer e que possa ser incorporada à rotina do dia a dia. Musculação em exagero ou exercício físico extenuante e muito violento, apesar de ser bom para manter o tônus muscular, pode representar risco para pessoas cardiopatas.

Depois de uma intervenção cardiovascular o exercício físico assume um papel importante na prevenção secundária. A quantidade e intensidade do exercício vai depender da condição física individual e deve ser discutida com o médico. Um programa de reabilitação física específico pode ser útil.

Alimentação saudável

Dicas alimentares para mantê-lo saudável:

– Controle o colesterol da sua dieta, consumindo no máximo três gemas de ovo por semana (considere inclusive aquelas utilizadas nas preparações). Substitua ovo inteiro por clara de ovo sempre que possível.
– Mantenha seu peso próximo do ideal. Isto é muito importante para a perfeita sincronia do funcionamento cardíaco. Caso haja necessidade de diminuí-lo, reduza o consumo de doces, açúcares, gorduras e alimentos ricos em carboidratos complexos (pães, cereais e massas). O exercício físico regular ajuda muito.
– Substitua o leite integral e os queijos gordurosos por leite e iogurte desnatados, queijo branco, ricota, cottage e queijo de soja.
– Dê preferência às carnes brancas (aves sem pele e peixes), consumindo-as de três a quatro vezes por semana. Quando consumir carnes vermelhas, retire toda gordura visível antes do preparo.
– Utilize óleo com moderação, preferindo os de origem vegetal, como os de canola, girassol, milho, oliva e soja.
– Prefira alimentos assados, grelhados ou cozidos no vapor, evitando as frituras.
– Evite o consumo de patês, molhos a base de creme de leite, chantilly, manteiga, maionese, gema de ovo e massas folhadas.
– Utilize creme vegetal (halvarina, margarina) como substituto da manteiga.
– Fracione sua alimentação em quatro a seis refeições ao dia (café da manhã, almoço, lanche, jantar e ceia).
– Tome cuidado com as informações sem base técnico-científicas, no que diz respeito às dietas da moda.
– Cuide bem da sua pressão arterial, pois ela nem sempre se manifesta através de sintomas e pode constituir um risco para doenças cardíacas. Você pode mantê-la num nível aceitável evitando adicionar sal às preparações que já o receberam durante o preparo e ficando longe de temperos prontos à base de sal.
– Controle o consumo de salgadinhos de pacotes.
– Reduza o consumo de embutidos: frios, lingüiça, salsicha, enlatados, salame, etc.
– Não abuse de álcool, pois além de aumentar risco de doenças como a hipertensão, ele pode causar dependência.
O segredo para tudo é a moderação. Você poderá comer um churrasco de vez em quando, retirando a gordura da carne. O mesmo vale para a bebida alcoólica. Um cálice de vinho por dia até ajuda a prevenir doenças cardiovasculares. Mas cuidado, pois o álcool em excesso acarreta sérios problemas.

Fatores de risco para doença cardiovascular aterosclerótica

Aterosclerose é uma doença que afeta as artérias de várias áreas do corpo (coração, cérebro, rins, pernas), onde ocorre um depósito de gordura no interior dos vasos levando inicialmente à redução do fluxo sanguíneo e posteriormente à obstrução total do vaso. A aterosclerose causa a doença arterial coronariana ou cardiopatia isquêmica.

Existem inúmeros estudos científicos que identificam vários fatores que aumentam o risco de aterosclerose. São os chamados fatores de risco para aterosclerose. Quanto mais fatores de risco estiverem presentes, assim como maior o nível de cada fator, maiores as chances do desenvolvimento da doença. Existem fatores de risco que não podem ser modificados como sexo, idade e história familiar e outros que podem ser modificados, tratados ou controlados como fumo, colesterol alto, pressão alta, sedentarismo, obesidade, diabetes e estresse.

Fatores de risco não modificáveis:

– Idade avançada: com o aumento da idade há aumento da possibilidade de cardiopatia isquêmica.
– Sexo masculino: homens estão sob maior risco e tendem a desenvolver a doença mais cedo que as mulheres. No entanto a doença quando afeta mulheres é mais agressiva.
– Histórico familiar: filhos de pais com doença cardíaca isquêmica tem mais chances de desenvolver a doença, principalmente se o problema na família começou em uma idade mais jovem. Assim como não se pode alterar a idade ou o sexo a história familiar também não pode ser controlada. É importante estar atento para fazer exames preventivos e controlar os outros fatores de risco passíveis de serem modificados.

Fatores de risco modificáveis:

– Fumo: o risco de um fumante desenvolver doença cardíaca isquêmica é de até 4 vezes mais do que não fumantes. O cigarro também aumenta o risco de morte em pacientes com a doença. 
– Colesterol alto: quanto mais alto o colesterol maior o risco de doença coronária. Quando associado a outros fatores de risco como pressão alta e fumo este risco aumenta ainda mais. Em pacientes sabidamente com doença cardíaca isquêmica ou aterosclerose em outros territórios o colesterol total deve ser mantido no nível mais baixo possível (menor que 200 mg/dL). O LDL é o colesterol ruim, por isso, quanto mais baixo melhor. O HDL é o colesterol bom, portanto, quanto mais alto melhor. Este último pode ser aumentado com exercício físico e perda de peso.
– Pressão alta: a hipertensão arterial aumenta o trabalho cardíaco levando a aumento de espessura do músculo cardíaco. Também aumenta o risco de acidente vascular cerebral, cardiopatia isquêmica, insuficiência renal e insuficiência cardíaca.
– Sedentarismo: um estilo de vida sedentário é um fator de risco para doença cardíaca isquêmica. Quanto mais exercício físico melhor para prevenir a doença. Mas mesmo exercício moderado pode trazer benefício se feito regularmente e a longo prazo. – Obesidade ou sobrepeso: pessoas com excesso de gordura corporal estão mais predispostas a desenvolverem acidente vascular cerebral e doença cardíaca isquêmica mesmo na ausência de outros fatores de risco. O aumento de peso aumenta o trabalho cardíaco. Também aumenta a pressão arterial , colesterol e triglicerídios e diminui o HDL (colesterol bom). Perder peso não é fácil mas mesmo perdendo poucos quilos pode haver redução do risco da doença.
– Diabetes: mesmo com o açucar no sangue controlado a diabetes aumenta o risco de AVC e doença cardíaca, mas os riscos são maiores se a glicemia não é bem controlada. Pacientes diabéticos devem fazer um trabalho de prevenção e controlar outros fatores de risco.
– Estresse: existem evidências de que a resposta exagerada das pessoas ao estresse e o tipo de personalidade podem aumentar o risco de cardiopatia isquêmica. Também podem afetar outros fatores de risco. Por exemplo, pessoas estressadas podem comer mais, aumentar de peso, começar a fumar ou fumar mais do que antes.
– Álcool: beber álcool em demasia pode causar hipertensão, insuficiência cardíaca e acidente vascular cerebral. Pode aumentar os triglicerídios, causar problemas de fígado e câncer. Contribui para a obesidade, dependência, suicídio e acidentes. Entretanto o risco de cardiopatia isquêmica é menor em pessoas que bebem moderadamente do que naqueles que não bebem. Moderadamente significa 1 cálice de vinho por dia para mulheres e 2 cálices para os homens ou o equivelente a isto em álcool para outras bebidas. Não se recomenda que quem não bebe comece a beber e muito menos quem já bebe que aumente a quantidade porque o benefício em relação ao sistema cardiovascular deve ser pesado com risco de dependência e suas conseqüências.

Notas de apoio

Cardiopatia isquêmica: Termo usado para definir estreitamentos das artérias coronárias, que levam sangue rico em oxigênio para o coração. Clique aqui para ir até a página da Cardiopatia Isquêmica e saber mais sobre este assunto.

Acidente vascular cerebral: Prejuízo na circulação cerebral causado pela formação de placas de gordura no interior nas artérias carótidas, que leva sanque ao cérebro. Clique aqui para ir até a página da Doença das Carótidas e saber mais sobre este assunto.

Insuficiência cardíaca: Dificuldade do coração em bombear sangue adequadamente para o organismo. Clique aqui para ir até a página da Insuficiência Cardíaca e saber mais sobre este assunto.

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